Maternidade Darcy Vargas é pioneira na implantação de biometria neonatal

Tecnologia Natosafe já está sendo usada em inúmeros estados do país para evitar a troca de bebês em instituições de saúde

“Biometria neonatal”, um termo aparentemente complexo, se tornou uma segurança adicional para pais e mães preocupados com a segurança de seus bebês após o nascimento. O medo vai além do parto propriamente dito, que já é uma situação assustadora e de ansiedade, mas de que algum equívoco possa acontecer, fazendo com que os pais saiam da maternidade com outro bebê.

O uso da impressão digital para fazer um registro biométrico do bebê e de sua mãe resulta em mais tranquilidade para todos os envolvidos, incluindo a própria instituição de saúde. Embora os casos de troca de bebês pareçam situações saídas de novelas, a realidade é que, mesmo com a tecnologia já existente para evitar o problema, esses casos ainda acontecem – e não só no Brasil.

As estimativas são de que ocorra uma troca de bebês a cada 6 mil nascimentos. No Brasil, são aproximadamente 3 milhões de bebês por ano, o que significaria 500 famílias afetadas – ou seja, mais de uma troca por dia. Uma situação completamente evitável com o uso do registro biométrico baseado na impressão digital do bebê e de sua mãe.

Registro biométrico em Santa Catarina

Visando ter mais segurança em seus processos, a Maternidade Darcy Vargas (MDV), de Joinville (SC), se tornou a primeira instituição de saúde da região Sul do Brasil a fazer a coleta e a autenticação da biometria de mães e de seus bebês. O cuidado está em linha com a preocupação do estado de Santa Catarina, que já deu início ao processo de implementação da biometria neonatal com autenticação.

Mas como isso amplia a segurança do bebê e do próprio hospital/maternidade? É simples: o projeto piloto identifica via impressão digital e vincula, por meio do registro biométrico, os bebês às suas mães ainda na primeira hora após o nascimento. No momento de conceder a alta, é realizada a checagem para conferir se mãe e bebê têm uma relação entre si.

Em entrevista ao Jornal do Almoço, programa da filial da Globo em Santa Catarina, o diretor da Maternidade Darcy Vargas, Marcos Gianella, explicou a situação: “Como a coleta é feita ainda dentro do centro obstétrico, logo depois da primeira hora do nascimento, aquele bebê estar vinculado à mãe dá a garantia de que aquele bebê pertence a ela”.

A tecnologia Natosafe

A tecnologia usada pela MDV é pioneira e totalmente desenvolvida no Brasil pela Natosafe. Ela nasceu com o propósito de evitar trocas de crianças em maternidades e contribuir para o fim do desaparecimento de crianças no Brasil e no mundo.

A Natosafe criou um software e um hardware (um scanner de alta resolução) capaz de fazer a coleta da impressão digital dos recém-nascidos e fazer o vínculo biométrico com as suas respectivas mães. Para tal, a companhia foi obrigada a vencer alguns mitos relacionados à biometria neonatal, conforme explicamos neste artigo do blog. Na prática, são dois sistemas distintos:

– O INFANT.ID ENROLL faz a captura, a análise e a exportação das digitais em alta definição desde o minuto zero da vida de uma criança. É justamente esse envio rápido que permite verificar a sua identidade e compará-la com a da suposta mãe ainda na instituição de saúde. Essa tecnologia pode ser usada pelo poder público no fomento de políticas de educação e saúde.

– O INFANT.ID AUTH faz uma verificação, que consiste em checar se a biometria da mãe confere com o CPF dela, confirmar se a Declaração de Nascido Vivo (DNV) está vinculada àquela mãe e, por último, confere a biometria do bebê. Foi o caminho encontrado para garantir a autenticidade e a individualização da criança, via registro biométrico.

Dessa forma, a Natosafe cumpre a sua missão de contribuir para um mundo mais seguro e atende aos anseios de todos os envolvidos no nascimento: mães, bebês, instituições de saúde e órgãos públicos relacionados à identificação.

Transformação digital

Muito se fala na transformação digital em nosso cotidiano, mas os meios de identificação de bebês eram basicamente analógicos e pouco confiáveis.

Antes do uso da solução Natosafe, as formas de identificar crianças eram usando a tinta para a coleta da impressão dos dedos e o uso de scanners sem qualidade suficiente para assegurar os registros de crianças e recém-nascidos e permitir a comparação por peritos papiloscopistas. De certa forma, a Natosafe apresentou uma disrupção da tecnologia envolvida no nascimento.

Para as instituições de saúde, como a Maternidade Darcy Vargas, as mudanças são simples: envolvem a inclusão de novos procedimentos para coletar a biometria neonatal ainda na sala de parto assim como os cuidados de checagem das equipes responsáveis pela alta médica e do setor de segurança.

Adicionar novos processos no dia a dia parece um preço pequeno a ser pago, considerando os benefícios gerados pela solução, certo?

Solução de outros problemas

A troca de bebês em maternidades é uma situação que afeta diretamente a família e a própria criança. Inúmeros casos já foram apresentados tanto na vida cotidiana quanto em roteiros de filmes e novelas. No entanto, a tecnologia evita a troca de bebês e outras situações ainda mais graves relacionadas às falhas na identificação, tais como:

– Tráfico de crianças;

– Tráfico de órgãos;

– Crimes de falsidade ideológica.

Na mesma matéria do Jornal do Almoço, o diretor do Instituto Geral de Perícias de Santa Catarina, Fernando Souza, ilustrou os benefícios da tecnologia Natosafe: “Eu evito fraudes; evito que uma pessoa se passe por crianças; evito sequestros; evito que outra criança assuma identidade de uma terceira, encontro crianças desaparecidas”, ilustra.

As projeções do Conselho Federal de Medicina são de que, por ano, cerca de 50 mil crianças desapareçam no Brasil. E esse problema não acontece apenas no país. Veja outras estatísticas:

Austrália: 25 mil crianças e jovens desapareceram.

Canadá: 39.948 relatos de desaparecimento apenas em 2020.

Alemanha: 92.894 situações em 2019.

Rússia: 50 mil casos estimados em 2019.

Reino Unido: 65,8 mil crianças em 2019 e em 2020.

Estados Unidos: 365 mil relatos em 2020.

A compilação de informações foi feita pelo Centro Internacional para Crianças Perdidas e Exploradas (ICMEC, na sigla em inglês). A própria entidade reconhece que “a falta de uma definição comum para ‘criança desaparecida’ e uma resposta comum para o problema resulta em poucas estatísticas confiáveis sobre o problema em todo o globo”, afirma a instituição em seu site.

Um problema global

O que se nota é que a situação está longe de ser um problema que se restringe aos países em desenvolvimento, atingindo também as nações mais evoluídas do planeta. Nesse contexto, a Organização das Nações Unidas (ONU) reforça que os países usem suas instituições para prevenir este tipo de crime, respeitando a Convenção para a Proteção de Desaparecimentos Forçados de Pessoas.

O documento afirma, em seus artigos 1 e 2, que “nenhuma pessoa será submetida a desaparecimento forçado”, sob qualquer circunstância “qualquer que seja, estado de guerra ou ameaça de guerra, instabilidade política interna ou qualquer outra emergência pública poderá ser invocada como justificativa para desaparecimento forçado”, diz.

O sistema e a plataforma criados pela Natosafe não resolvem apenas os problemas existentes nas maternidades do Brasil. Ela tem o potencial de ser usada como uma ferramenta para coibir a violência sofrida por crianças ao redor do globo, um problema que ainda não foi abordado com a seriedade devida e que já conta com tecnologia suficiente para ser erradicado.

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