O problema é silencioso e, por vezes, subnotificado. Estima-se que 1,2 milhão de crianças – o equivalente à população de São Luís (MA) – desapareçam todos os anos no mundo. Os dados são assustadores: cerca de 3,3 mil casos por dia, 138 por hora, ou seja, uma criança a cada 30 segundos.
Um dos problemas está justamente na possibilidade de erros ou da dificuldade dos hospitais em vincular mães e crianças ainda na sala de parto – Se o problema parece distante da realidade de grandes centros urbanos, o diretor do Hospital do Tricentenário, de Olinda (PE), Gil Mendonça Brasileiro, diz exatamente o contrário, segundo ele os hospitais são vulneráveis a roubos e trocas, assim como outras maternidades do Brasil. Brasileiro ressalta também a tentativa de muitas pessoas em dar entrada com documentos falsos: “Já chegaram aqui senhoras com 50 anos dizendo que estavam grávidas”. E no caso visivelmente não aparentavam ter esta idade.
Inconformados com este cenário, a Natosafe tomou como propósito a redução de crimes contra as crianças e investiu pesado em pesquisas e desenvolvimento. Desta forma conseguiu produzir uma tecnologia pioneira no combate aos altos índices de desaparecimento de crianças no Brasil e no mundo.
A tecnologia desenvolvida pela Natosafe, para utilização em maternidades e institutos de identificação, é a única capaz de realizar a captura biométrica dos recém-nascidos em alta resolução e vinculá-los à mãe, promovendo a rastreabilidade e identificação inequívoca das crianças desaparecidas.
A perita papiloscopista à frente do setor de Identificação Neonatal de Pernambuco, Nilma da Silveira Azevedo, diz: “Conseguir reunir os dados de mães e crianças é a garantia de que não haverá trocas e roubos. A criança será vinculada na hora do parto. Basta fazer uma confirmação se os dados da pessoa que estava com o recém-nascido na sala de parto são os mesmos”.
José Miguel e Murilo Henrique passaram 20 dias com as famílias erradas após troca ocorrer em maternidade de Trindade (GO), em agosto deste ano.
Uma mãe de Votorantim (SP) assumiu dois bebês após a troca de crianças em uma maternidade em 2004.
Hospital de Amazonas é condenado a pagar indenização por troca que ocorreu em 1990.