A disruptura tecnológica do nascimento

Assim como outras grandes empresas transformaram os seus setores, a Natosafe surge com o objetivo de promover a disruptura do parto, oferecendo mais segurança para os pais e para os hospitais

O dicionário define disrupção como “o ato ou efeito de romper-se; disrupção; fratura”. No universo dos negócios, trata-se de uma mudança profunda na forma e nos processos de desenvolvimento de produtos, de se relacionar com o consumidor, entre outras possibilidades. Não é difícil citar startups (empresas inovadoras) que surgiram praticamente do nada e transformaram os seus segmentos: Airbnb (turismo e hotelaria); Uber (transporte de passageiros); Netflix (streaming e inteligência artificial); Whatsapp (troca de mensagens), entre outros exemplos.

O que todas essas empresas têm em comum? Uma ideia inovadora mesclada com tecnologia em segmentos que não apresentavam grandes novidades há muitos anos, dentro de um conceito que atenda às novas necessidades de consumidores ou clientes. Sem a evolução e disseminação da tecnologia, seria impensável pensar que esses negócios teriam saído do papel e atingido o potencial de crescimento.

Nem sempre essa inovação exige grandes novidades ou invenções. O Uber, por exemplo, usou o fato de que os smartphones contavam com GPS para conectar motoristas interessados em oferecer transporte com pessoas que precisavam se deslocar, cobrando uma porcentagem desse negócio. As condições já existiam, mas havia a necessidade de uma outra trinca de fatores: a ideia, o modelo de negócio capaz de ser operado e o interesse do público/segmento.

Em seu livro “The Innovator’s Dilemma”, Clayton Christensen, responsável por cunhar o termo inovação disruptiva para explicar como grandes setores se transformaram, mostra que a disrupção cria novos mercados e necessidades. “Há evidências fortes apontando que as companhias que ingressam antes nesses mercados têm mais vantagens do que as demais. Ainda, quanto mais essas companhias crescem e fazem sucesso, torna-se mais difícil fazer parte destas áreas que se tornarão grandiosas no futuro”, afirma.

Em nosso dia a dia, já contamos com a biometria em diversos momentos: no desbloqueio dos smartphones; para liberar fechaduras eletrônicas; para autorizar o voto em cidades que já implementaram o sistema. Além disso, os dispositivos eletrônicos já fazem parte de nossa vida há anos, com muitas pessoas trabalhando remotamente de qualquer lugar do mundo, inclusive com discussões a respeito da inclusão da telemedicina para o atendimento a pacientes.

Neste cenário, faz sentido continuarmos captando a digital – em muitos hospitais, a planta do pé — de recém-nascidos por meio de esponjas e tintas, sem a certeza de que essas crianças poderão ser identificadas no futuro e sem conseguir confirmar se são elas mesmas quando vão fazer os seus documentos civis?

Seguindo este raciocínio, já existem condições para a disruptura tecnológica do nascimento: equipamentos capazes de coletar impressões em alta resolução (mesmo de superfícies pequenas, como os dedos de recém-nascidos); sistemas para armazenar grandes volumes de dados, com a possibilidade de integração (seja para o poder público ou iniciativa privada]; o interesse de instituições de saúde, de órgãos governamentais ligados à identificação de pessoas e das famílias, que temem a troca de bebês, por exemplo.

Foi para resolver esse problema e preencher uma necessidade dos pais que a Natosafe desenvolveu um sistema de fácil uso, com scanners de alta resolução para captar as impressões digitais de recém-nascidos e a integração com bancos de dados. Dessa forma, é possível oferecer mais segurança para as mães, bebês e todos os profissionais envolvidos no ato final de surgimento de uma vida, que é o parto.

Enquanto todo o mundo se tornou digital, o nascimento no Brasil – e em todo o globo – ainda exige papéis e uma insistente tentativa (muitas vezes, infrutífera) de captar impressões digitais (ou da planta de pé) de bebês com tinta, dificultando o trabalho dos enfermeiros na sala de parto.

Em outras palavras, a Natosafe é capaz de unir dois conceitos de disrupção que podem ser antagônicos: a inovação sustentada e a disruptiva. Os exemplos mencionados anteriormente – Uber, Airbnb, Whatsapp – também se encaixam nesses dois quesitos. As disrupções costumam trazer a seguinte característica aos seus segmentos: soluções mais simples, baratas ou convenientes ao mesmo tempo em que transformam o modelo de negócio anterior.

Por outro lado, a disrupção, por si só, não é suficiente, caso não venha atrelada a um formato de atuação sustentado. Mas o que isso quer dizer? O produto oferecido pela Natosafe se encaixa nas necessidades dos hospitais, nos desejos das famílias, fazendo com que as instituições de saúde possam oferecer um atendimento melhor a partir do uso da tecnologia.

Em um primeiro momento, é possível, inclusive, criar um diferencial para essas instituições até que a tecnologia se difunda. E, assim como indica a afirmação de Christensen, investir primeiro na tecnologia pode dar ganho de competitividade para as empresas interessadas na tecnologia.

Uma disrupção social: o caso do sarampo 

Em última análise, o que a Natosafe propõe é uma transformação social do parto mediada pela tecnologia. Com a possibilidade de vincular mães e recém-nascidos ainda na sala de parto, praticamente é eliminado o tráfico de crianças por meio do registro posterior em cartório feito por mulheres que não deram à luz, além de se aproximar do zero a possibilidade de uma troca de bebês nas instituições de saúde. 

Caso todos os cidadãos tivessem essa possibilidade de registro do nascimento, seria possível monitorá-los do nascimento ao óbito — evitando, por exemplo, fraudes relacionadas ao INSS, que exige, por exemplo, uma prova de vida para pagamento de aposentadorias. Para mostrar a transformação social potencializada pela disruptura tecnológica do nascimento, podemos usar o exemplo da vacinação, um processo importante para a sociedade e que deveria ter um controle bem fundamentado do governo. 

No último quadrimestre de 2019, o Brasil (assim como outros países) enfrentou um surto de sarampo – uma doença da qual o país havia recebido um certificado de erradicação em 2016. Ao longo do ano, o Brasil registrou pelo menos 13,5 mil casos da doença confirmados – embora o próprio Ministério da Saúde admita que possa ter havido subnotificação. Se o país havia erradicado o sarampo, como a doença voltou? 

Há diversas explicações para isso, mas uma delas é o fato de ter havido queda considerável no número de crianças vacinadas. Dados mostram que a cobertura vacinal na idade adequada caiu de 92% para 76% — abaixo do que seria o necessário para conter o avanço do vírus, como ficou provado pelo número de casos. 

Cabe um exercício a respeito do assunto. Se o governo tivesse a identificação biométrica de todas as crianças nascidas desde 2010 e fosse exigido pelo sistema do Ministério da Saúde essa confirmação no ato de se vacinar, seria possível fazer um monitoramento completo de todos aqueles que foram vacinados e daqueles que se esqueceram, não foram informados ou não tiveram o interesse de se imunizar. Vale lembrar que o movimento antivacina é considerado uma das principais ameaças à saúde pela Organização Mundial da Saúde (OMS). 

Seguindo no exercício, com esses dados em mãos, o governo brasileiro poderia fazer um planejamento prévio e até mesmo se antecipar ao surto, evitando as 15 mortes registradas no país no ano passado. De que maneira? Indo atrás das crianças que não se vacinaram por meio de agentes de saúde, emitindo avisos quando elas dessem entradas no sistema de saúde, entre outras iniciativas. 

Destaca-se que se trata de um exemplo e as potenciais aplicações da tecnologia são as mais variadas possíveis tanto para o poder público quanto para a iniciativa privada. 

Tecnologia em prol da vida

Diversas das startups mencionadas no início do artigo – Uber, Airbnb, Netflix, Whatsapp – demonstraram enorme sucesso de suas iniciativas pelo volume de vendas e de seus resultados. O produto desenvolvido pela Natosafe vai além do mundo corporativo e dos resultados financeiros: trata-se de uma tecnologia em prol da vida. A Natosafe não tem medo em afirmar que se trata de um negócio de responsabilidade social – não apenas por estar relacionado à saúde, aos recém-nascidos e ao parto. 

O parto é a etapa final do surgimento de uma nova vida. Todo o acompanhamento pré-natal usa diversos equipamentos médicos criados para que seja possível monitorar a saúde do feto ao longo de seu desenvolvimento. Ou seja, a tecnologia é uma companheira em todo o processo, exceto no momento de vincular a mãe e o bebê. Esse risco é válido? Ainda mais se levarmos em conta toda a evolução da tecnologia e dos bancos de dados, assim como a sua redução de custos para finalidades diversas. 

Um dos princípios defendidos pela Natosafe é o direito de cada pessoa ser única, assim como cada identificação biométrica também é singular. Portanto, a família deve ter o direito de acompanhar a evolução de seus filhos, exercendo o cuidado deles nos bons e nos maus momentos da criação: na festa de formatura e na gripe que insiste em não ir embora; na leitura na hora de dormir e quando é chamado na escola por problemas; na viagem de férias e na reunião com os professores. 

Ao impedir a troca de crianças em maternidades e o tráfico de bebês (que ocorre em todo o mundo), há uma contribuição para tornar o mundo um lugar mais feliz e seguro. As estimativas globais apontam para um desaparecimento de criança a cada 30 segundos em todo o mundo. Se existe a possibilidade de reduzir esse problema e oferecer mais tranquilidade aos pais com tecnologias que estão ao nosso alcance e fazem parte do nosso dia a dia há anos, por que não adotá-la? 

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