As suas impressões digitais são só suas. Mas será que você as conhece? Cada vez mais utilizada no dia a dia, a impressão digital é uma forma infalível de identificação.
No artigo de hoje, nós vamos apresentar os detalhes de uma digital e explicar como é possível que as suas sejam únicas no mundo.
A impressão digital é constituída por um conjunto de cristas e vales presentes na ponta dos dedos de cada indivíduo. Elas se desenvolvem a partir dos sete primeiros meses de gestação do feto e não sofrem alterações durante o resto da vida, exceto caso aconteça algum tipo de acidente.
As nossas impressões digitais se formam nas papilas dérmicas, que são ondulações originadas pelo encontro das camadas mais superficiais da pele, a derme e a epiderme.
Antes mesmo de estudos mais aprofundados, que apresentassem todos os detalhes de uma digital, elas já eram utilizadas como um tipo de “assinatura”.
Vamos conhecer um pouco mais sobre a história da impressão digital.
A impressão digital é o tipo de biometria mais utilizado no mundo atualmente. É provável que você a utilize para desbloquear o seu smartphone e já a tenha usado para abrir conta em um banco, dentre várias outras situações nas quais é necessário confirmar a sua identidade.
Mas muito antes de todas essas aplicações possíveis com o auxílio da tecnologia, a impressão digital já foi muito estudada e utilizada na sociedade.
Registros pré-históricos identificam “contratos” em pedras com impressões digitais e posteriormente, diversas sociedades passaram a autenticar documentos com as impressões.
O italiano Marcello Malpighi (1628-1694) foi o primeiro a estudar as impressões digitais de forma científica, porém o francês Alphonse Bertillon (1853-1914) foi quem teve os seus estudos sobre a utilização das digitais para a identificação amplamente aceitos.
Bertillon criou o método chamado de Antropometria, que mede diversas partes do corpo para definir uma identidade, sendo a impressão digital apenas um dos elementos do método. O seu trabalho foi bem aceito e utilizado em diversos países, porém, devido a sua complexidade e imprecisão, foi descartado.
Os estudos sobre as impressões digitais e suas aplicações para a sociedade, ainda conta com diversos nomes importantes para a história, porém, quando falamos de Brasil, o nome mais importante é o de Juan Vucetich.
O seu sistema de classificação de impressões digitais é utilizado no Brasil até os dias atuais.
Juan Vucetich Kovacevich (1858-1925) foi um antropólogo, policial e inventor nascido na Croácia e naturalizado na Argentina, onde desenvolveu todo o seu trabalho sobre a impressão digital na identificação de pessoas.
Em 1891, ele iniciou seus trabalhos na área e tornou-se diretor do Centro de Datiloscopia de Buenos Aires.
Em 1892, um caso emblemático aconteceu: Francisca Rojas matou seus dois filhos e cortou sua garganta, colocando a culpa em um agressor externo. Foi a primeira vez em que o método de classificação de impressões digitais desenvolvido por Vucetich foi utilizado para solucionar um crime. Foi determinado que as impressões digitais encontradas no local do crime não eram do suposto agressor, mas sim da própria Francisca.
Vamos conhecer o método de Vucetich, que se espalhou por todo o mundo e ainda é utilizado no Brasil.
O Sistema de Vucetich que classifica a impressão digital está baseado na presença ou não do delta e na sua posição no dedo. O delta é composto por linhas da digital (cristas e vales) que formam um desenho específico, em forma de “triângulo”.
Caso a digital não possua um delta, ela é definida como Arco. Com o delta ficar à esquerda do observador, é o tipo Presilha Externa. Se ficar à direita, Presilha Interna. Se a digital apresentar dois deltas, em ambos os lados, é classificado como Verticilo.
Veja mais detalhes dos quatro tipos na figura abaixo!
Arco: este tipo é caracterizado por linhas paralelas em forma de arco que atravessam boa parte do dedo.
Presilha interna: neste tipo, linhas partem da esquerda do observador, se curvam e voltam ao local de origem. À direita, é possível ver um delta, formado pelo encontro de três linhas que criam uma espécie de “triângulo”.
Presilha externa: é a forma contrária em relação à presilha interna. As linhas curvas partem da direita e o delta está localizado do lado esquerdo.
Verticilo: aqui, há dois deltas. Um está localizado do lado direito e outro do lado esquerdo. No centro, há linhas em forma de espiral.
Agora, olhe para os seus dedos. Você consegue identificar os tipos citados? Cada uma das suas digitais está enquadrada em um dos 4 tipos.
O Sistema ainda prevê uma forma simplificada de apresentar quais tipos estão presentes em cada mão. Letras e números representam cada dedo.
Para os polegares, são atribuídas letras para cada tipo:
Para os demais dedos são utilizados números:
Assim, os registros das digitais de uma mão podem aparecer desta forma: E – 2143, por exemplo. O polegar vem no início, seguido do indicador, dedo médio, anelar e mínimo.
Dentre os 4 tipos de impressão digital, ainda é possível identificar subtipos de acordo com o formato de cada um, como: Arco Angular, Arco Bifurcado, Presilha Interna Invadida, Presilha Externa Invadida e Verticilo Espiral.
Porém, os 4 tipos, e seus subtipos, não são suficientes para caracterizar uma impressão digital como única, visto que eles se repetem. Para isso, é preciso recorrer às minúcias.
Para identificar uma impressão digital como única é preciso mapear as minúcias, que são outras formas presentes nas digitais.
Existem vários tipos de minúcia e normalmente é possível encontrar em uma imagem de boa qualidade entre 40 a 100 minúcias.
Veja alguns exemplos na imagem abaixo:
As minúcias são classificadas por três parâmetros: tipo, posição e orientação. O tipo da minúcia define se é ilhota, bifurcação, encerro, ponto de linha, espora, cruzamento, cortada, confluência e etc; a posição indica o local onde se encontra a minúcia; e a orientação nos mostra a direção.
Os 4 tipos (Arco, Presilha Interna, Presilha Externa e Verticilo) servem para classificar as impressões digitais. Analisar os tipos, posições e orientações das minúcias é o que permite comparar impressões digitais e determinar se elas pertencem a uma mesma pessoa.
Todas essas características das impressões digitais podem ser verificadas nos dedos de uma pessoa adulta com o auxílio de uma tecnologia bastante comum no mercado. Porém, quando falamos de bebês recém-nascidos, não é qualquer sistema que consegue coletar todos esses detalhes.
Apenas a solução da Natosafe é capaz disso!
A impressão digital dos recém-nascidos possui características distintas em relação a de uma pessoa adulta. A principal, é que até os 6 meses de idade, a digital do bebê é mais densa, escondendo detalhes importantes.
As minúcias presentes na digital de um recém-nascido permanecem as mesmas durante toda a vida da pessoa, porém, nesta fase, elas estão escondidas. Isso impossibilita que a grande maioria das tecnologias de coleta biométrica consigam registrar uma digital que poderá ser utilizada durante muito tempo.
A combinação de hardware, software com inteligência artificial da Natosafe consegue captar essas minúcias e fazer com que a digital do bebê fique tão legível quanto a de um adulto.
Assim, é possível utilizar as impressões digitais coletadas em um recém-nascido para identificá-lo quando ele estiver na fase adulta.
As superfícies dos nossos dedos sofrem alterações, principalmente nos primeiros 6 meses, porém, aquilo que caracteriza as impressões digitais permanece igual durante toda a vida.