Quase três décadas após a erradicação da poliomielite no Brasil, alertas de novos casos surgem.
O último caso de poliomielite registrado no Brasil ocorreu em 1989, no estado da Paraíba. A doença é considerada erradicada no país, entretanto, como medida preventiva em agosto de 2022, o Ministério da Saúde lançou uma campanha nacional de vacinação com o objetivo de ampliar a cobertura vacinal contra a doença.
Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), atualizados até 5 de julho de 2022, mostram que entre 1º de janeiro e 16 de agosto de 2022, foram confirmados 19 casos de poliomielite, sendo um no Afeganistão e 14 no Paquistão.
A meta do Ministério da Saúde é vacinar 95% das crianças brasileiras com menos de 5 anos. Mas, até agora, só 65% delas tomaram as doses.
A poliomielite, ou paralisia infantil, é uma doença neurológica causada pelo Poliovírus, um vírus que se aloja no intestino do hospedeiro. A forma de contágio mais comum se dá pela ingestão de água ou alimentos contaminados, ou pelo contato direto com secreções expelidas por pessoas já infectadas.
A doença pode, ou não, causar paralisia. A porcentagem é de que apenas 1% dos infectados desenvolvem a forma paralítica da doença.
Existem 2 tipos de Poliomielite, sendo elas:
É a forma mais comum da doença, com quadro semelhante a de outras também causadas por vírus, com sintomas gripais, incluindo febre, dor de garganta e náusea. Em casos mais graves deste tipo de Poliomielite, os sintomas podem evoluir e perdurar por 10 dias para: vômitos, constipação (prisão de ventre), dor abdominal, diarréia, rigidez dos membros superiores ou inferiores e meningite.
É o tipo agravante da doença, por mais que os primeiros sintomas sejam parecidos com a da forma não-paralítica, ela evolui repentinamente para febre alta, dores pelo corpo e na cabeça, perda de reflexos, dores musculares graves, fraqueza, e flacidez dos membros inferiores até atingir a paralisia total ou parcial. Nesse caso, o déficit motor ocorre, em média, em até três dias.
Essa forma é mais propensa de atingir crianças de 0 a 5 anos, por isso a campanha de vacinação para essa faixa etária é prioridade.
A forma paralítica da pólio ainda se divide em subtipos de acordo com a região afetada pela paralisia.
Poliomielite espinhal: Quando atinge a medula espinhal
Poliomielite bulbar: Quando atinge o tronco cerebral
Poliomielite bulbospinal: Neste caso, a doença atinge a medula espinhal e o tronco cerebral ao mesmo tempo.
Em setembro deste ano, a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) relatou que o Brasil, República Dominicana, Haiti e Peru correm um risco muito alto de reintrodução da poliomielite, em meio à queda na cobertura regional de vacinação contra a doença para cerca de 79%, o menor índice desde 1994.
As primeiras doses da vacina ocorrem aos 2, 4, 6 e 15 meses de idade do bebê, via injeção intramuscular. Para crianças de 1 à 5 anos, é dado o reforço, por uma medicação em gotas, a conhecida gotinha.
Por mais que a campanha de vacinação seja para crianças de 0 à 5 anos, menores de 15 anos também têm a chance de atualizar a caderneta vacinal de forma gratuita pelo (SUS) Sistema Único de Saúde.
Por ser uma doença infectocontagiosa, uma pessoa sem vacinação não desenvolve o anticorpo contra o vírus da pólio, por isso, se contaminada, o poliovírus se multiplica rapidamente da garganta para o intestino, capaz de causar a paralisia em poucas horas, ao atingir a corrente sanguínea e chegar ao cérebro. A baixa cobertura vacinal representa o principal fator de risco para a propagação de um surto.
A falta de saneamento básico ainda é um fator preocupante em diversos países, inclusive no Brasil. De acordo com o Ranking do Saneamento, do Instituto Trata Brasil, o país ainda tem quase 35 milhões de pessoas sem acesso à água tratada e 100 milhões sem coleta de esgoto. Os foram coletados em 2020.
A gotinha é imunizadora pois é composta pelo vírus atenuado (termo designado para o vírus enfraquecido, mas ainda vivo), mesmo que parte desse vírus seja eliminada pelas fezes e cair na corrente de esgoto, como aconteceu em um caso recentemente observado em Londres, no mês de junho de 2022, a vacinação se faz eficaz. Por isso, a importância do acesso à água tratada e à vacinação.
Os sintomas da Poliomielite podem voltar a aparecer 35 anos depois da pessoa ter sido infectada, as sequelas recebem o nome de Síndrome pós-pólio: frequentes dores e fraqueza nas articulações, membros tortos como consequência da paralisia, escoliose, osteoporose, atrofia muscular, paralisia dos músculos da fala e da deglutição, paralisia de uma das pernas e hipersensibilidade ao toque.
É uma doença viral, então a melhor forma de se prevenir e ficar imune ao vírus da pólio, é manter as doses de VPO-Sabin, atualizadas, vacina administrada em gotinhas, que faz parte do Calendário Nacional de Vacinação.
Para imunização completa, além das primeiras doses durante os primeiros meses de vida (2, 4, 6 e 15 meses), a vacina deve ser tomada anualmente até que a criança complete 5 anos.
Entretanto, em casos de pessoas já infectadas, não existe um tratamento específico, o que pode ser feito é a administração de analgésicos e antitérmicos, e em casos de deformidades, fazer acompanhamento com fisioterapeuta para amenizar os sintomas.
A Campanha Nacional de Vacinação contra a Poliomielite já foi encerrada, porém, as vacinas continuam disponíveis gratuitamente nos postos de saúde. Todas as crianças com até 5 anos devem ser imunizadas.
Os pais precisam ficar atentos ao Calendário Vacinal de seus filhos desde o nascimento. Para os recém-nascidos, a vacina BCG e a vacina contra a Hepatite B são obrigatórias. Ao longo da infância e adolescência, diversas outras vacinas são importantes para combater diferentes doenças.
A Natosafe é uma empresa que desenvolveu uma tecnologia de biometria neonatal, solução que confere mais segurança para os recém-nascidos e muito mais tranquilidade para os pais. Assim, nós sabemos da importância de imunizar as crianças, pois as vacinas também são fundamentais para a proteção e bem-estar dos pequenos.
Todos queremos que as crianças tenham uma infância saudável e feliz, por isso, vacine os seus filhos!